Por baixo do manto azul-turquesa de águas quentes do oceano Atlântico que banham o litoral de Pernambuco, os efeitos das ações humanas são sentidos pela biodiversidade marinha. Em Tamandaré, um evento de branqueamento dos corais surpreendeu pesquisadores e a comunidade local em 2020, quando a pandemia ainda estava no seu início no Brasil. O fenômeno ameaçava a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, a maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com mais de 400 mil hectares e cerca de 120 quilômetros de praias e mangues, que abrange desde o sul de Pernambuco até Maceió, capital de Alagoas.
Os recifes de corais são comparáveis às florestas tropicais: com menos de 1% de cobertura do chão oceânico, eles mantêm a sobrevivência de cerca de 25% de todas as espécies marinhas. Além da importância econômica – cerca de seis milhões de pescadores no mundo dependem dessas estruturas –, a diversidade ecológica faz com que o ecossistema seja mais resiliente às mudanças do clima.