No início de novembro, uma nova onda de calor elevará as temperaturas a 47°C em algumas regiões do Brasil, de acordo com o Climatempo. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou uma nota nesta quarta-feira, 8, informando que o calor intenso poderá permanecer até abril do próximo ano.
Sei que falei muito de ondas de calor aqui nos últimos meses, mas esta que está se intensificando tem potencial para ser ainda pior em intensidade (temperaturas muito elevadas serão atingidas) e duração.
Centro-Oeste e Sudeste devem ser as regiões mais afetadas no Brasil pic.twitter.com/vL8Df1drJ4— Karina Lima (@KariLimaX) November 8, 2023
Desde junho, o fenômeno do El Niño, que causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, provoca períodos de calor extremo em todo o país. Em setembro, foi possível sentir na pele o calorão com temperaturas acima dos 41°C. Neste mês, as ondas de calor terão uma abrangência e duração ainda maiores, se entendendo por mais de cinco dias.
As regiões mais afetadas serão, inicialmente, alguns pontos do Sul, o Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul e o oeste paulista, com máximas passando dos 37°C.
O calor irá alcançar grande parte do Brasil, incluindo Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com temperaturas ultrapassando os 40 °C, de acordo com o Climatempo. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para novembro é de chuva abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste.
“Estamos diante de uma onda de calor histórica. É possível que esta onda de calor seja mais forte que a de setembro”, afirmou Vinicius Lucyrio, meteorologista do Climatempo, em uma publicação da empresa.
⚠️ #Atenção: Previsão de onda de calor, de hoje (8) até a sexta-feira (10), em áreas de MT, MS, GO, MG e SP. A temperatura pode ficar 5ºC acima da média por um período de 2 a 3 dias.
Confira o aviso amarelo https://t.co/B2eoaYqJtc#ondadecalor #previsão pic.twitter.com/qc193yNOKW
— INMET (@inmet_) November 8, 2023
A falta de chuvas e a seca provocaram impactos em diferentes partes do país. Em outubro, quinto mês consecutivo de calor recorde, Manaus passou por uma seca histórica: o Rio Negro, um dos principais da região, marcou 13,59 metros.
Ainda de acordo com o Inmet, o inverno de 2023 no Brasil foi o mais quente desde 1961. Mas o calor intenso também foi sentido em outros países. Um estudo feito pela World Weather Attribution (WWA) mostrou que as altas temperaturas registradas no hemisfério norte entre junho e julho de 2023 se deram por ações da humanidade.
Problema histórico
A queima de combustíveis fósseis e o uso insustentável da terra durante mais de um século causaram um aquecimento da temperatura média do planeta de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o Relatório de Síntese AR6, feito este ano pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Como consequência, alguns eventos climáticos extremos se tornaram mais frequentes e cada vez mais intensos, impactando mais a natureza e as pessoas em todas as regiões do mundo.
Para evitar o agravamento das mudanças climáticas, o Brasil se comprometeu, no Acordo de Paris, a zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050.
Ainda assim, um levantamento do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa (SEEG), lançado no ano passado, apontou que as suas emissões líquidas aumentaram 16,7% nos últimos seis anos.
O relatório do IPCC também destaca que para atingir as metas climáticas globais, é necessário que os governos aumentem o financiamento de ações de redução de gases do efeito estufa, evitando o consumo intensivo de carbono.
“Vivemos em um mundo diversificado em que cada pessoa tem diferentes responsabilidades e diferentes oportunidades para criar mudanças. Algumas pessoas podem dar uma grande contribuição, enquanto outras precisarão de apoio para gerir a mudança”, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee.