Uma pesquisa da Union + Webster, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), revelou que 87% da população prefere comprar peças de roupa de marcas sustentáveis. Ainda, 70% dos participantes do levantamento disseram não se importar se isso implica em preços um pouco mais altos.
O estudo sugere uma crescente importância da chamada moda sustentável, forma mais responsável de se consumir e produzir itens de moda pelo mundo. Dessa forma, preza-se por peças de maior qualidade, que durem mais e possuam em sua confecção materiais recicláveis.
Nos Estados Unidos, a situação é a mesma. Em 2023, por exemplo, o mercado de roupas usadas cresceu sete vezes mais rápido do que o de roupas novas. É o que informa o Relatório de Revenda de 2024 da loja online de artigos de segunda mão ThredUp, indicando a popularidade de um consumo que implica cada vez menos resíduos e, portanto, poluição.
Em se tratando de uma indústria extremamente poluidora – segundo o grupo ambientalista Stand, a indústria da moda é responsável por cerca de 10% das emissões anuais de dióxido de carbono –, o avanço é bastante significativo.
“O mercado global de vestuário de segunda mão continua a florescer, o que é uma prova do valor intrínseco que os compradores encontram na experiência e uma prova da mudança em direção a um ecossistema de moda mais circular”, declarou o cofundador e CEO da ThredUp, James Reinhart.
Na mesma medida, o fast fashion, expressão que aborda a tendência em que produtos e roupas são fabricados, consumidos e descartados em um ritmo bastante acelerado, tem acumulado cada vez mais críticas.
O sistema implica grandes quantidades de resíduos têxteis, altas emissões de gases de efeito estufa, poluição da água dos oceanos por meio dos microplásticos presentes nas fibras sintéticas e o uso frequente de mão-de-obra em condições análogas à escravidão.
De acordo com uma pesquisa de 2023 da Cone Communications, quase 30% das pessoas nascidas entre 1995 e 2010 estão preocupadas com questões como meio ambiente, direitos humanos e igualdade, o que interfere na forma como compram roupas.
Assim, o comportamento torna-se diferente daquele exigido por quem faz uso do fast fashion, tornando-o quase impraticável por essa geração. Dessa forma, o investimento em uma moda sustentável pode agradar essa faixa etária, que compõe parte importante dos consumidores atualmente.
Diversas celebridades já se posicionaram a favor da moda sustentável. A duquesa de Sussex, Meghan Markle, por exemplo, é frequentemente vista trajando marcas que defendem o cuidado com o planeta. Gisele Bündchen, conhecida apoiadora da sustentabilidade, também é constantemente fotografada com looks do tipo.
Assim, com o apoio da geração mais jovem e de grandes nomes internacionais e nacionais, a moda sustentável avança e pode abandonar os tempos de fast fashion. Ao que tudo indica, faz parte de um comportamento cada vez mais ambientalmente responsável por parte da população e, principalmente, do consumidor.