A Amazônia é conhecida principalmente pela exuberância de sua fauna e flora, cuja diversidade é considerada a maior do mundo. Apesar do ambiente úmido e rico que vem à mente quando se pensa na Floresta Amazônica, o bioma está passando por uma das secas mais intensas de sua história, levando 24municípios a decretarem situação de emergência e 34 a se colocarem em alerta. A situação é crítica não apenas para a Amazônia em si, mas também para todas as outras regiões para as quais ela serve de fonte de umidade.
A seca ocorre devido a um aquecimento anormal das águas do Oceano Atlântico Tropical Norte, que acaba por suprimir a formação de nuvens e, consequentemente, diminuir as chuvas.
Com isso, outras áreas da América do Sul, a exemplo da Bacia do Prata, podem sofrer por tabela, uma vez que dependem da Floresta Amazônica para receber fluxos de umidade. E, ao que tudo indica, o cenário pode piorar: o fenômeno pode ganhar intensidade ao longo dos próximos meses, com o auge em dezembro.
A importância de se proteger a Amazônia de situações como essa não pode ser subestimada. Além das milhares de espécies de plantas e animais que a região abriga, ela é lar da maior bacia hidrográfica do mundo, apontando para sua absoluta insubstituibilidade.
Ao longo de seus 5,5 milhões de quilômetros quadrados, a floresta concentra quase 25% de todas as espécies de seres vivos do planeta, além de diariamente lançar à atmosfera uma quantidade de vapor de água capaz de influenciar o clima e de estocar entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono.
Mesmo com toda a sua riqueza, a Floresta Amazônica se encontra bastante ameaçada. Cerca de 21% dela está desmatada, sendo que 90% dessa porção é ocupada pela pecuária.
Segundo uma pesquisa recente do World Resources Institute (WRI), 82% dos danos ambientais causados nesse bioma se originam de ofertas e demandas de empresas que nem ao menos operam na área.
A existência de diversos problemas na região não significa que não haja projetos que objetivam melhorar a atual conjuntura. Recentemente, o Fundo Amazônia, considerado a maior iniciativa internacional cuja meta é justamente preservar a floresta, recebeu o equivalente a cerca de R$ 45 milhões de reais dos Estados Unidos e da Suíça.
De acordo com o presidente norte-americano, Joe Biden, os EUA pretendem aplicar aproximadamente R$ 2,5 bilhões no Fundo Amazônia ao longo dos próximos cinco anos.
Paralelamente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou um investimento de R$ 2 bilhões para o Programa Amazônia: Segurança e Soberania. Além disso, a pasta definiu diretrizes para o Programa Estratégico de Segurança Pública da Amazônia (Pespam) e Planos Táticos Integrados de Segurança Pública para a Amazônia (PTI Amazônia). A regulamentação foi publicada no dia 4 de outubro de 2023 no Diário Oficial da União.
Assim, não é difícil perceber que, em sua posição como um dos biomas mais importantes do planeta, a Amazônia costuma não encontrar problemas para atrair investimentos ou recursos.
No entanto, resta ver se esse fluxo de dinheiro será suficiente para reverter o cenário em que a ação antrópica colocou a Floresta Amazônica – a qual, é importante notar, não é nada positiva.
De secas causadas pelo aumento da temperatura global ao desmatamento, o papel do homem no mau estado atual do bioma é bastante claro. Espera-se que os esforços mais recentes da humanidade para retomar as rédeas da situação sejam suficientes.