28.12.2023

Ebulição global: a fervura com ondas de calor que atingem diferentes regiões do planeta

Caso mudanças efetivas não sejam colocadas em prática, a temperatura média da Terra pode aumentar em 2,6ºC até 2100
Foto: Michael Chacon/ Unsplash
Uma grande nuvem de fumaça subindo de uma floresta

Partes do planeta sentem a temperatura aumentar com uma incidência cada vez mais frequente. Somente em 2023, o Brasil testemunhou nove ondas de calor, que bateram recordes históricos nos termômetros, alcançando o pico em novembro, mês marcado pela morte da estudante Ana Clara Benevides durante o show da Taylor Swift. 

O problema não é exclusivo do Brasil. Em 2023, notícias sobre condições climáticas extremas se tornaram parte do cotidiano. Na Europa, os termômetros passaram dos 50°C. No Hemisfério Norte, incêndios florestais apareceram em massa nos noticiários. Estes acontecimentos não são apenas coincidência: eles expõem a necessidade urgente por ações para limitar o aumento de temperatura.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que a era do aquecimento global terminou e “a era da ebulição global chegou”, depois de os cientistas confirmarem que julho estava a caminho de ser o mês mais quente já registrado na história. 

Porém, ele acredita que a situação possa ser revertida. “Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e evitar o pior da mudança climática. O aumento das temperaturas de maneira acelerada exige uma ação acelerada.”  

Caso mudanças efetivas não sejam colocadas em prática, a temperatura média da Terra pode aumentar em 2,6ºC até 2100, indo contra o compromisso estabelecido no Acordo de Paris de limitar o aumento em 1,5°C até o fim do século. 

Embora haja a possibilidade de reverter o pior cenário possível, o mundo presencia o efeito que a ebulição global causa no planeta, como, por exemplo, os furacões, os ciclones e as queimadas florestais, que pioram a qualidade do ar. 

A situação também será marcada por condições climáticas cada vez mais extremas, incluindo calor e chuvas intensas, derretimento do gelo, elevação do nível do mar e acidificação dos oceanos. 

Estes acontecimentos climáticos extremos têm gerado danos por onde passam – especialmente nos países mais pobres e menos responsáveis ​​pelas emissões.

Um apelo internacional por mudanças

Apesar dos esforços conjuntos, será difícil frear os números cada vez maiores nos termômetros, por isso a ONU tem chamado atenção para a importância da colaboração das nações, estados, empresas, instituições e cidadãos nesse contexto das mudanças climáticas. 

Um dos fatores que contribui para esse aumento é a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo. A solução apoiada pela ONU é trocar a fonte por energias renováveis, como a solar e a eólica, por exemplo.

Ainda assim, isso poderia comprometer o rendimento de nações que contam com grandes reservas em seu território, pois a exportação é extremamente rentável.

Na tentativa de pensar em soluções para combater os eventos extremos do clima, foi realizada a Conferência das Partes entre novembro e dezembro. No evento, 195 países se reuniram para discutir possíveis alternativas para impedir que os termômetros continuem subindo. 

Para isso, foi feito um Balanço Geral que vai guiar as ações das nações de forma que se busque estabilizar o aumento de temperatura em 1,5°C. No entanto, ainda restam dúvidas para saber se as recomendações serão seguidas e como ficará o cenário para os próximos anos caso não sejam tomadas as devidas ações corretamente. 

É estudante de jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estagiária no Nosso Impacto

Gostou das histórias que você viu por aqui?

Inscreva-se para ficar sempre em dia com o melhor do nosso conteúdo.

Mais histórias em

Foto: FlyD/ Unsplash
Apesar de ser colocado como uma alternativa sustentável, produtos feitos com bioplástico podem se tornar problemas ambientais
Foto: Robin Glauser/ Unsplash
Apenas 3% desse tipo de resíduo é reciclado no Brasil, o que gera impactos negativos para a economia e a saúde
Foto: Jonne Roriz/ Nosso Impacto
Com mais 5 milhões de quilômetros quadrados, a definição foi idealizada para incentivar o desenvolvimento econômico e sustentável