O dia 22 de setembro marca o Dia Mundial Sem Carro, quando diversas cidades pelo planeta incentivam seus habitantes a deixarem de lado os automóveis em nome de alternativas como bicicletas e até mesmo caminhadas.
A principal meta do evento é provocar reflexões acerca do uso recorrente e muitas vezes excessivo do veículo automotor, de forma que pessoas que estão acostumadas a utilizar esse tipo de meio de transporte possam aproveitar a data para experimentarem novos meios de mobilidade.
A origem da comemoração remonta à França de 1997, espalhando-se pela Europa na década seguinte. No Brasil, por exemplo, a cidade de São Paulo aderiu à tendência em 2003.
Hoje, a ação é coordenada pela organização Living Streets, cujo objetivo é diminuir o trânsito e encorajar pedestres a redescobrirem suas cidades a partir de formas alternativas de se locomover pelo espaço urbano.
Além disso, trata-se de uma oportunidade única para conscientizar a população acerca dos efeitos que a poluição do ar tem sobre o cotidiano do cidadão. Vale notar ainda que o setor de transportes é aquele em que mais rapidamente crescem as emissões de dióxido de carbono, gás de efeito estufa e o que mais contribui para a mudança climática.
Em 2018, um estudo da Universidade de Chicago apontou que a poluição do ar é a maior causadora de mortes do mundo, fazendo com que um indivíduo comum perca 1,8 ano de expectativa de vida.
Nesse sentido, essa poluição seria mais perigosa do que a AIDS ou o vício em cigarros: só em 2016, foram 4,2 milhões de mortes advindas dessa causa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atividades como o Dia Mundial Sem Carro podem ser muito benéficas para o meio ambiente e para a saúde humana. No ano de 2015, a comemoração dessa data em Paris reduziu as emissões de gases por automóveis em 40%. Percebe-se, assim, que a organização de dias específicos para que o cidadão possa cuidar do meio ambiente e do município em que vive pode ser bastante interessante.
Para quem não quer fazer mudanças radicais a ponto de trocar o carro por uma bicicleta ou se tornar um pedestre assíduo, existem outras opções que podem ter impacto positivo sobre o ambiente. Um exemplo são os carros elétricos, que, em média, produzem entre 60% e 68% menos gases de efeito estufa do que veículos que funcionam à base de gasolina.
Ainda que esteja expandindo e continuamente batendo recordes, a popularidade de veículos elétricos precisa crescer em consistência para que possamos ver efeitos mais positivos resultantes de seu uso.
No Brasil, por exemplo, mais de 49 mil automóveis do tipo foram vendidos neste ano até setembro. Para fins de comparação, contudo, apenas entre janeiro e junho de 2023, pouco mais de 934 mil unidades de carros foram comercializadas no total. Ou seja: a quantidade de veículos elétricos circulando pelo país continua sendo bastante reduzida.
Assim, nota-se que datas como o Dia Mundial Sem Carro têm o potencial de fazer o cidadão refletir sobre qual tipo de futuro quer ter para si, para sua saúde e para sua cidade. Por mais que veículos automotores (e que majoritariamente funcionam à base de combustíveis fósseis) sejam considerados a principal forma de locomoção, um futuro próximo pode trazer novidades mais sustentáveis e saudáveis para a sociedade.