Muito antes de Greta Thunberg, jovens mundo afora já agiam para defender seus ideais e lutar por um mundo melhor. Mesmo assim, a visibilidade que a ativista sueca atraiu a partir das greves às sextas-feiras para combater a mudança do clima jogou luz sobre o potencial de ação que as juventudes têm.
Com a potência das redes sociais, diferentes vozes em defesa do meio ambiente ganharam força e somaram seguidores para alcançar um objetivo em comum: proteger o planeta. Em outros casos, adolescentes descobrem desde cedo a vocação para a ciência e se dedicam a criar soluções para problemas históricos.
Na internet, ao abordar temas como sustentabilidade e reciclagem, os influencers adicionam novos elementos ao ativismo ambiental, mobilizam pessoas a mudarem seus comportamentos e conscientizam públicos de alguns milhares de indivíduos sobre os impactos causados pelas ações humanas no meio ambiente.
Veja, a seguir, alguns dos nomes que fazem parte dessa mudança.
Anna Luísa Beserra (@annaluisabeserra), de 26 anos, é cientista e empreendedora social. Desde os 15, busca uma solução para resolver a escassez de água em regiões semiáridas. Em 2018, desenvolveu a tecnologia Aqualuz, dispositivo que desinfecta a água das chuvas por meio de radiação ultravioleta. A descoberta lhe rendeu o prêmio Jovens Campeões da Terra, da Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente. O projeto, que ganhou força enquanto Anna Luísa cursava biotecnologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem a meta de impactar 1 milhão de pessoas até 2025.
Úrsula Abiahy (@pedagogia_sustentavel) já participava de eventos de limpeza de praia desde 2005. Durante a pandemia, a ativista ambiental, de 23 anos, começou a produzir conteúdo sobre reciclagem, consumo consciente e educação ambiental no Instagram com o intuito de incentivar hábitos sustentáveis. Em 2023, entrou para o Global Shapers RJ, uma comunidade internacional de jovens que impactam o mundo por meio de projetos inovadores.
Atualmente, a estudante de Pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conta com mais de 60 mil seguidores e trabalha espalhando conteúdos educativos sobre questões ambientais nos perfis @pedagogia_sustentavel, @menos1lixo e @greenpeacebrasil.
Hannah Balieiro (@eguahannah), de 28 anos, é ativista ambiental e formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Amapá (Unifap). Ela é diretora-executiva do Instituto Mapinguari, ONG que atua principalmente em áreas protegidas, buscando promover a preservação e conservação do meio ambiente.
A bióloga participou da 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-26) e é ativa em discussões sobre mudanças climáticas em comunidades tradicionais e cidades da Amazônia.
Com apenas 17 anos, o pesquisador brasileiro Gustavo Botega Serra (@gustavobotegas) desenvolveu um repelente, de baixo custo, a partir do óleo da polpa e da amêndoa do tucum-mirim, fruto encontrado na Amazônia.
O estudante ficou em primeiro lugar na categoria Inovação na Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace), principal mostra pré-universitária de Ciências e Engenharia.
Além disso, ele ganhou uma bolsa de estudos em Israel e um passe para a Regeneron ISEF, o maior evento de ciências do mundo. Gustavo finalizou o Ensino Médio em 2022 e pretende continuar no campo da pesquisa científica.
Idealizado em 2018 pelas irmãs gêmeas Laisa Arruda e Laís Araújo, o movimento Xô Plástico (@xoplastico) foi a alternativa encontrada para limpar os espaços tomados pela poluição plástica no Recife.
Além da limpeza, o projeto atua com ações de conscientização do descarte incorreto do material. As irmãs, de 26 anos, mostram no Instagram as ações realizadas pela comunidade e aliam as iniciativas a conteúdos de educação ambiental para os 23 mil seguidores do perfil.
Com cerca de 200 voluntários, as ações de limpeza são feitas mensalmente, em praias e manguezais. Desde o início do projeto, a iniciativa coletou 6,5 milhões de quilos de lixo.