29.05.2024

Brasil registra segundo maior crescimento em energia eólica do mundo em 2023

Relatório também destacou que o Brasil produz 89% de sua energia de maneira renovável
Foto: Thomas Reaubourg/ Unsplash
Moinho de vento branco durante o dia

Em 2023, o mundo superou a marca de 30% de energia produzida a partir de fontes renováveis, com as energias solar e eólica responsáveis pelo aumento. Nesse contexto, o Brasil registrou o segundo maior crescimento na geração de energia eólica, atrás apenas da China, enquanto a solar quase dobrou sua produção e alcançou a marca de 7,3%. 

O relatório produzido pela think tank de energia global Ember destaca, também, que o Brasil produz 89% de sua energia de maneira renovável, o que representa mais do que o triplo da média mundial.

O país ainda tem a geração hidrelétrica com a maior participação na composição da matriz energética, com 60% do total. Ao mesmo tempo, os 21% provenientes de energia solar e eólica são maiores do que a média para a América Latina e o Caribe, mas menores do que alguns vizinhos, como o Chile, com 32%.

O diretor de insights da Ember, Dave Jones, acredita que o fim dos combustíveis fósseis como maiores fontes de energia está próximo. “Provavelmente, 2023 foi o pico das emissões no setor de energia, um ponto de virada importante na história. Mas o ritmo de queda das emissões depende de quão rápido a evolução das energias renováveis vai continuar”, disse.

De forma global, a energia solar tem o maior crescimento consecutivo há 19 anos, com o Chile sendo o país com o maior percentual de participação, com  20%. No Brasil, em fevereiro de 2023, o relatório apontou o menor registro de geração de energia a partir de combustíveis fósseis. Entre 2015 e 2023, a energia solar passou de 0,1% de participação total para 7,3%.

Jones também acredita que o Brasil possa atuar como um facilitador no processo de transição entre fontes renováveis e fósseis: “o Brasil é um campeão das energias renováveis. Quanto mais o Brasil avança para uma economia de energia totalmente renovável, mais confiança outros países terão em seguir o mesmo caminho”.

Dentro da América Latina, esse esforço como facilitador é visível. Em um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil deve ser responsável por 65% de um aumento de 165 gigawatts no total de energia renovável produzida. O documento também destacou o potencial do Brasil pelos investimentos na área e pela criação de políticas inovadoras que incentivam a transição energética. 

Além disso, o Brasil deve contribuir com 40% da expansão global de biocombustíveis, com 90% desse valor concentrado no transporte rodoviário, uma das maiores demandas dentro do país.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o compromisso que o país possui em ser um exemplo de sucesso nesse campo. “A renovabilidade das matrizes brasileiras são destaques no mundo e representam uma grande oportunidade para a construção de uma transição energética justa e inclusiva, gerando energias limpas, emprego e renda para nossa população”, disse.

A própria ONU ressalta que desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, o investimento em energias sustentáveis triplicou, com o Brasil recebendo 114,8 bilhões de dólares em investimentos. Esse valor representa 11% da estimativa total. Agora, a nação tende a se destacar nos novos planos para triplicar a produção de energia de forma sustentável.

Estudante de Jornalismo na UEL e apaixonado por meio ambiente

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